‘Se precisar de ajuda, peça’: Esma promove webinário sobre saúde mental

Notícia
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A Escola Superior da Magistratura (Esma) realizou sexta-feira (29), por vídeoconferência, um webinário alusivo ao Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, que contou com as participações do médico psiquiatra Roberto Mendes, da médica psiquiatra Camila Franca e da supervisora e assistente social da Gerência de Qualidade de Vida do TJPB (Gevid), Daniela Gonçalves.  O tema do evento foi "Se precisar de ajuda, peça: a importância de falar sobre saúde mental".

A abertura do evento foi feita por Bianca Nóbrega, que faz parte da equipe pedagógica da Esma. "É um grande prazer para nós estarmos reunidos hoje para conversar sobre um tema tão importante que é a saúde mental. O TJPB, por meio da Esma, traz para o público esse diálogo sobre saúde mental, sobre saúde integral, esses cuidados de prevenção, situações como ansiedade, depressão, sobretudo no nosso contexto de trabalho", afirmou.

Em seguida, foi a vez da supervisora da Gevid Daniela Gonçalves falar da política de atenção integral que o Tribunal de Justiça presta aos magistrados(as) e aos servidores(as). Ela destacou os projetos desenvolvidos pela Gevid, dentre eles, Atividade, Ginástica Laboral, Qualidade de Vida em Ação Itinerante, Receptividade, Saúde Integrativa e Terapias Alternativas. "Para os interessados em conhecer os projetos disponibilizados pelo TJPB, por meio da Gevid, basta acessar o nosso ambiente virtual ou através do telefone. Nós temos o maior prazer em atender a todos e todas", disse.

Em sua exposição, a psiquiatra Camila Franca, que é diretora técnica do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, definiu o suicídio como um ato deliberativo executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente. Ela destacou as causas que fazem parte do comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. “A maioria das pessoas que comete o suicídio não quer de fato tirar a sua vida, ela quer tirar a sua dor. Eles não querem morrer de fato, eles querem acabar com o sofrimento e acabam tirando a sua vida", afirmou.

Para a psiquiatra, o risco de suicídio é uma urgência médica, devido ao que pode acarretar ao indivíduo, como desde lesões graves e incapacitantes, até a sua morte. Ela apresentou alguns dados sobre o suicídio no mundo. São 700 mil casos notificados no mundo. No Brasil, são aproximadamente 16 mil suicídios todos os anos (dados de 2022). Em 2019, o suicídio foi a 4ª principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo. A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo.

"Cuidar de sua saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde dos outros. É essencial cuidar de si mesmo". Foi este o recado deixado pela psiquiatra Camila Franca.

Já o psiquiatra Roberto Mendes revelou que cerca de 50% a 60% das pessoas que se suicidaram nunca consultaram um profissional de saúde mental. Segundo ele, a presença de um transtorno mental é o principal fator de risco modificável na prevenção ao suicídio. O médico apresentou os fatores mentais mais relacionados ao comportamento suicida: transtornos de humor (depressão unipolar ou bipolar), abuso de substâncias psicoativas (álcool), personalidade (borderline, narcisistas, antissocial) e esquizofrenia. 

A história do Setembro Amarelo

A história triste e real da cor amarela como símbolo da prevenção ao suicídio é devido ao jovem Mike Emme (1977/1994), morador do Colorado, EUA. Ele comprou um mustang antigo, recuperou e pintou de amarelo. Mike, muito alegre, adorava seu carro e era amado pela família e amigos. Em setembro de 1994, às 23h52, seus pais (Dale e Darlene) chegaram e encontraram Mike Emme (17 anos) morto por um tiro, dentro do seu mustang amarelo. Ao lado do corpo um bilhete: “Mãe, pai, não se culpem. Eu amo vocês. Com amor, Mike”.

Sete minutos foi o tempo decorrido entre escrever o bilhete e ser encontrado morto pelos pais. Isso levou a uma campanha, pelos pais e amigos de Mike, que fez pessoas com tendência suicida procurarem ajuda imediatamente, ao descobrirem os primeiros sinais e sintomas da doença.

Por Lenilson Guedes