Com o tema ‘Aplicação da Perspectiva de Gênero e da Interseccionalidade no Sistema Judiciário Brasileiro’, servidores(as) e magistrados(as) do Poder Judiciário estadual e o público em geral participaram de mais um webinário promovido pela Escola Superior da Magistratura (Esma). A temática, na manhã desta sexta-feira (9), teve como palestrante a professora Nadine Agra, que é doutora em Ciências Sociais, com pós-doutorado em Desenvolvimento Regional no Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
O evento foi transmitido pelo aplicativo Zoom e também pelo canal da instituição de ensino no Youtube. O juiz da 1ª Vara da Comarca de Monteiro e coordenador adjunto de Ensino à Distância (EaD) da Esma, Nilson Dias, foi o mediador do webinário. De acordo com o magistrado, neste mês de agosto, marcado pela campanha do ‘Agosto Lilás’ e pela ‘Semana Paz em Casa’, que reforçam a luta contra a violência doméstica e familiar, os(as) servidores(as) e juízes(as) têm a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e, sobretudo, de refletir sobre como o Poder Judiciário pode desempenhar um papel transformador na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
“O julgamento com perspectiva de gênero não é apenas uma abordagem teórica; é também uma necessidade prática para garantir que as decisões judiciais sejam justas e equitativas”, disse o magistrado. Ainda segundo Nilson Dias, realizar um webinário sobre este tema por ocasião dos 18 anos da Lei Maria da Penha é uma forma de fortalecer o compromisso do Judiciário com a promoção da igualdade de gênero.
“Esse evento permitirá que magistrados e magistradas, servidores e servidoras, as funções essenciais à Justiça, a academia e a sociedade civil reúnam-se para discutir como podemos aprimorar nossas práticas judiciais, compartilhar experiências e estratégias para lidar com a complexidade dos casos que envolvem questões de gênero”, ressaltou.
Ao abrir sua palestra, a professora Nadine Agra agradeceu a direção da Esma em trazer à discussão um tema tão importante que é perspectiva de gênero. Para a palestrante, a realidade de trabalho da mulher é diferente realmente da posição de trabalho do homem. “Acredito que determinados debates fazem com que a gente possa ampliar essas nossas lentes, ampliar essas nossas percepções, e sempre num caminho de avanço civilizatório”, disse a palestrante.
Na sua explanação, Nadine Agra abordou a situação da mulher na sociedade e trouxe conceitos sobre sexo, gênero, patriarcado, machismo e misoginia, para assim compreender a posição cultural que se coloca a mulher em situação de desigualdade.
Em outro momento, a ministrante apresentou dados de relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Justiça em Números 2024’, mostrando o quantitativo de juízes e juízas nos tribunais do país e, também, o número de servidoras no Judiciário, que representa hoje mais de 53%.
Por Marcus Vinícius