Juízes participam de curso sobre Constelação Familiar e Direito Sistêmico na Esma

Notícia

A formação é voltada para magistrados das áreas de Família e Violência Doméstica

 

Cerca de 50 magistrados, que atuam nas áreas da Família e Violência Doméstica em todo o País, estão na Escola Superior da Magistratura da Paraíba (Esma) participando do Curso de Constelação Familiar e Direito Sistêmico. O evento, que acontecerá durante dois dias, quinta e sexta-feira (21 e 22), é fruto de uma parceria da Esma com a Escola Nacional da Magistratura (ENM), órgão que integra a Associação dos Magistrados do Brasil.

 

De acordo com a psicóloga clínica do Instituto Vida Plena, Zilma Guimarães Watanabe, uma das palestrantes do primeiro dia, o Curso de Constelação Familiar busca um olhar diferenciado para a saúde do magistrado, uma abordagem inovadora. “Você passa a olhar a si mesmo e o seu próprio sistema, se existe alguma situação, enfermidade ou problema não resolvido. Através das constelações você tem a possibilidade de restaurar este olhar e dá uma continuidade para o novo da vida”, destacou.

 

Para a palestrante e magistrada do Tribunal de Justiça de Rondônia, Silvana de Freitas, a grande importância do curso de constelação é a amplitude de olhar que proporciona em relação às questões pessoais e de trabalho do juiz. “Com a constelação, você aprende a vê além do processo. Quando as pessoas chegam com aqueles conflitos tão graves, com as técnicas da constelação a gente consegue com que as pessoas avancem no olhar em torno dos conflitos das situações que vivem, trazendo um pouco da responsabilidade para elas”, ressaltou.

 

Na opinião do diretor da Esma, desembargador Marcos Cavalcanti, o curso é inovador e de muita importância. “É mais um passo que a Escola está dando na proposta de priorizar os magistrados da Paraíba e torná-los cada dia mais preparados para um melhor atendimento e uma melhor prestação jurisdicional”, realçou.

 

Já para a juíza Michelini de Oliveira Dantas Jatobá, idealizadora do curso na Esma, a temática é atual e, ultimamente, muito trabalhada no âmbito do Processo Judicial.
“O Direito Sistêmico é um ramo que aborda vários aspectos de conhecimento, trabalhando com informações da própria vivência do ser humano, numa visão mais ampla para a resolução dos conflitos. Esse tema tem ganhado cada vez mais força no Judiciário Nacional”, exaltou, acrescentando que a aplicação do Direito Sistêmico tem demonstrado bons resultados em vários ramos do Direito e, por conta disso, o interesse da Magistratura nessa temática. “Essa é mais uma parceria exitosa da ENM/AMB com a Esma, que torna possível a capacitação dos colegas num tema relevante e diferenciado”, concluiu.

 

Na prática – A engenheira agrônoma, e também palestrante, Gilmara Tomé, exemplificou o funcionamento das técnicas do curso aplicadas na esfera do Judiciário. Ela citou um trabalho que tem desenvolvido em Cuiabá, no Mato Grosso. “Eu e Jamilson Haddad, juiz da Primeira Vara de Violência Doméstica, aplicamos o Direito Sistêmico através de ciclos de palestra, onde as vítimas, que sofreram algum tipo de violência doméstica, são convidadas a participarem desses ciclos, que acontece uma vez por mês, e lá, nós fazemos exercícios e conversamos, também, sobre a origem da violência, para que elas tomem consciência da ligação delas com esse tema. Através dos exercícios, as mulheres podem observar uma postura nova que devem ter diante desta situação para obterem, no futuro, relações mais pacíficas”, salientou.

 

Por Lila Santos