Juízes participam de curso sobre peculiaridades do cérebro que interferem na tomada de decisões

Notícia
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Nesta sexta-feira (16), dando continuidade ao Curso ‘O Cérebro que Julga: neurociências para juízes’, magistrados(as) e assessores(as) do Poder Judiciário estadual participam, de modo presencial, das aulas na sede da Escola Superior da Magistratura (Esma), em João Pessoa. A formação ocorre das 8h às 12h e das 14h às 18h. As aulas estão sendo ministradas pelo juiz Rosivaldo Toscano dos Santos Júnior, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte e professor das Escolas Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).

O curso teve início na segunda-feira (12), de forma remota, e busca, ao final, que os(as) participantes sejam capazes de compreender, ao menos de maneira básica, a anatomia e o funcionamento do cérebro humano, e como as peculiaridades do funcionamento do cérebro interferem na tomada de decisão judicial, identificando fatores irrelevantes que podem interferir na decisão judicial, surgidos ao acaso ou fruto da intenção de partes no processo.

“No curso, analisamos uma série de questões que envolvem desde anatomia cerebral, a evolução do cérebro, passando pela nossa percepção como é que nossa percepção funciona. Trabalhamos, ainda, questões envolvendo ilusões de óticas e ilusões sensoriais, para mostrar que a percepção humana é muito mais limitada, muito mais frágil do que comumente nós imaginamos”, disse o magistrado.

O juiz Rosivaldo Júnior parabenizou, na ocasião, a Esma por trazer ao debate um tema tão importante que está dentro da neurociência, que é a ciência que estuda como se comporta o nosso cérebro diante das diversas situações. “Um curso como esse vai fazer com que as decisões judiciais dos colegas sejam mais íntegras. Então é fundamental a realização desse curso”, afirmou o ministrante.

Para a juíza da 8ª Vara Cível da Comarca de João Pessoa, Renata da Câmara Pires Belmont, a neurociência mostra, através de experiências científicas, como a nossa mente capta imagens, emoções, ambientes, comportamentos e outros elementos e como ela dispara essas informações nas ações humanas. “Compreendendo o funcionamento do cérebro e o reflexo dessas conexões neurossensoriais, mesmo inconscientemente, podemos desenvolver mecanismos para reduzir os vieses externos e garantir uma decisão judicial mais íntegra, isenta, justa”, disse a magistrada.

Por Marcus Vinícius

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