Acusados da “Chacina do Róger” serão julgados

Notícia

No dia 8 de outubro, os 13 acusados de praticarem os assassinatos de oito detentos no Presídio do Róger, em João Pessoa, sentarão no banco dos réus. Dentre os denunciados estão nove policiais militares. Segundo a denúncia do Ministério Público,  a “Chacina do Róger”, como ficou conhecida a ação dos envolvidos no processo, aconteceu no interior do Pavilhão 4 e teve como objetivo encerrar uma rebelião de presos. O julgamento acontecerá no 1º Tribunal do Júri da Capital, localizado no Fórum Criminal “Ministro Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Mello”.

Com base no inquérito policial, o MP ofereceu denúncia contra os primeiros tenentes da Polícia Militar da Paraíba; Jorge Henrique Souza Uchôa e João Batista Guedes; os terceiros sargentos, Claudemir José de França e Fábio da Silva Rodrigues; os soldados Marcos Araújo Guedes, Ginaldo da Silva Guedes, José Carlos Silva da Cruz, Cleidson Ferreira da Silva e Luiz Carlos Ferreira de França, como também os civis Raimundo Nonato de Freitas, conhecido por “Jararaca”, Sandro Araújo da Silva, Cleginaldo Alves Severiano, vulgo “Matuto” e Vanderlan Alves Holanda, o “Ivan Ventola”.

Ainda de acordo com o MP, no dia 29 de julho de 1997, por volta das 17h, o Pavilhão 4 do Presídio do Róger foi palco de “uma sequência de fatos que enlutaram e envergonharam o Estado da Paraíba”. Naquela data, houve uma rebelião, onde os presos ameaçaram de morte e fizeram reféns o então diretor da Instituição, agentes penitenciários e apenados, que auxiliavam na administração do presídio.

No Relatório Médico-Legal, assinado pelo médico-legista, Genival Veloso França,  está registrado, em sua conclusão, que “houve, sim, um massacre, uma chacina, um trucidamento como todos os requisitos de crueldade e insânia”. Já a defesa sustenta que são inverídicas e injustas as acusações que constam no processo e que, por ocasião do Júri Popular, vai rebater cada uma delas.

Fernando Patriota.